Heróis ou vilões...

Não bastasse ter que acordar de segunda à sexta às 5:00 (por motivos que relatarei em post futuro) despertei, ontem, às 7:00. Geralmente, destino o sábado e o domingo para dormir mais um pouco. Dizem que o reloginho biológico quando se acostuma a uma rotina é difícil de mudá-lo, pois bem, é verdade. Mesmo sem despertador, ou nenhum dispositivo que me orientasse sobre o tic-tac do relógio, ontem acordei cedo.

Do meu quarto ouvi um burburinho no prédio em frente ao meu. Abri a janela da sala para ver o que estava acontecendo. A cena era seguinte: um carro da Polícia Militar (PM) parado em frente ao prédio, mais de uma dúzia de pessoas reunidas e muita conversaria, três policiais fazendo seu trabalho.

Fiquei a observar o desenrolar da situação. Minutos depois uma policial, acompanhada de uma mulher subiu até o apartamento, que suponho seja da mulher. Até aí nada que pudesse chamar a atenção, mas eis que surge uma garotinha. Ela, certamente não tem mais que sete anos, e minutos depois descubro que a pessoa que está dentro do carro da PM era o pai da menina.

Imagem retirada do site www.revistafotografia.com.br

“Pai, pai, você tá bem?”. Ouvi quando a garota perguntou com voz acompanhada de choro. A cena pioraria. Um policial abriu a mala do carro, retirou o homem que já estava algemado e não entendi o motivo. Não fez nada além de retirá-lo do carro e colocá-lo mais uma vez. Talvez tenha sido para mostrar aos que se aglomeravam no local que a presença da PM no Residencial era a prisão daquele homem. O motivo desconheço. Mas o que mais me incomodou e chamou a minha atenção foi que na hora que a mala foi aberta a menina correu até o pai como se tivesse a esperança dele ser liberado, mas não.

E quando eu pensei que estava encerrado vejo a pequena puxar a calça do policial e perguntar: “Você vai matar o meu pai?" A frase foi exatamente esta. Chocante! Mas, infelizmente os papeis parecem ter se invertertido. Não generalizo, muito pelo contrário, parabenizo e respeito a profissão que não é fácil e requer muita dedicação e esforço, mas parece que algo de errado está acontecendo com a polícia.

Eles que são responsáveis por resguardar a vida, por cuidar da segurança, por primar pela ordem, hoje geram dúvidas na cabeça dos cidadãos e não fogem nem da imaginação das crianças. Será que como heróis ou vilões? A pergunta feita pela pequena não surgiu do nada e cabe reflexão, certamente. 

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