terça-feira, 2 de outubro de 2012

Mais um número?


Trabalhar com o jornalismo nos provoca sensações dos mais variados tipos. Agora no estágio, diariamente, sou bombardeado por uma gama de informações que chegam à redação do jornal onde estou aprendendo como, de fato, exercer minha futura profissão. É entre computadores e mesas, jornais espalhados, sites na internet, entrevistas e telefonemas que o movimento na redação vai criando força ao longo do dia. As notícias chegam a todo o momento. Algumas boas, outras nem tanto, mas as que mexem mesmo são aquelas que você não queria receber, nem muito menos ter a necessidade de divulgar.  

Há 19 dias ficamos sabendo que uma garotinha de apenas oito anos, cujo nome era Sibele Ferreira dos Santos, havia desaparecido da frente de sua casa, na periferia da cidade do Pilar. A menina brincava com umas amigas e sumiu misteriosamente. Ninguém viu, ninguém soube informar o motivo do desaparecimento. Diversas hipóteses foram levantadas. Teria a menina, ido embora fugindo de casa? Fora raptada? Levada por mendigos para aumentar o número de pedintes? Não se sabe ao certo o que aconteceu. O fato é que hoje pela manhã fomos informados que a pequena Sibele havia sido encontrada morta e seu corpo fora deixado próximo a sua residência, em uma área de canavial. 

Coincidência ou não, relação entre os casos ou não, mas no mesmo dia em que a pequena sumiu, outra menina, de nove anos, sofreu um estupro e foi abandonada pelo criminoso em um local próximo ao de onde o corpo de Sibele foi encontrado.  Agora é preciso um trabalho de empenho da polícia para que este crime bárbaro possa ser solucionado. Sibele não terá mais a vida dela de volta, mas é preciso por em prática ações que coíbam este tipo de crime, que a justiça seja feita, que não seja apenas mais um número para as estatísticas, que não seja mais uma família a sofrer a perda de um ente querido e ficar por isso mesmo.  

Algo precisa ser feito e com urgência. A sociedade está cansada. Talvez estejamos, de fato, caminhando para uma barbárie. É preciso mudar a situação. Investir em educação, saúde, segurança pública, emprego. Ou do contrário quantas Sibeles, Bárbaras, Robertas precisarão morrer para que se perceba que a chaga que atinge a sociedade é o fato de fecharmos os olhos para os problemas mútuos e pensarmos somente no nosso próprio bem?   

Desejo, como disse anteriormente, que algo seja feito. Que a polícia trabalhe incansavelmente na busca pelo responsável por esta barbaridade. Que o culpado seja responsabilizado e pague pelos seus atos. Ninguém tem o direito sobre a vida do outro, muito menos de acabar com ela. Quantos sonhos essa menina não deveria ter, vontade de mudar de vida, de estudar, de vencer desafios, tudo abortado por um assassino frio e que, no mínimo, por saber do histórico das resoluções de crimes no nosso estado, imagina que vá ficar impune.
Eu acredito no contrário...


Obrigado pela visitinha, volte sempre!

Um comentário:

  1. A humanidade está doente e tem sido capaz de fazer coisas antes inimagináveis. Ninguém tem poder ou direito algum de tirar a vida do outro, independente do motivo. Nenhuma justificativa é válida porque pra mim não há justificativa. E quando se trata de uma criança então... um ser que não teve, sequer, a chance de defesa, a nossa revolta e indignação são ainda maiores. Só nos resta pedir conforto para a família e torcer para que dias melhores venham...

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